Algumas Questões sobre o Mau Hálito
1- O que é a
halitose?
É o termo médico que define um hálito desagradável
(vulgarmente mau hálito). As halitoses podem ser divididas em fisiológicas e patológicas.
As fisiológicas (ou transitórias) são as que não estão relacionadas com doenças
(ex.: o mau hálito habitual que uma pessoa manifesta ao acordar, depois de um
período de jejum prolongado, ou após comer alho). As halitoses patológicas são
as que estão relacionadas com doenças e, por conseguinte, está indicado o
diagnóstico e o acompanhamento médico (ex.: halitose devido a gengivite).
2- Porquê a
halitose é relevante?
A nível físico, a halitose pode ser um sinal de uma doença
subjacente que resulta noutros efeitos prejudiciais, como a perda dentária,
alterações do sabor, boca seca, dificuldade em mastigar e engolir, perturbações
respiratórias, digestivas, sistémicas e outras. Além disso, devido à conotação
negativa que é atribuída à halitose, a sua ocorrência pode também acarretar
consequências negativas no âmbito psicológico e social. O stresse pode gerar
mau hálito transitório (devido à consequente inibição do fluxo salivar).
3- Quais são as
causas mais frequentes?
Até à data foram identificadas mais de 70 condições/doenças
passíveis de provocar halitose. Na maioria dos casos a sua origem situa-se na
boca, sendo as mais frequentes: língua saburrosa (restos orgânicos que aderem à
superfície da língua), as afeções da gengiva e suporte dos dentes, a diminuição
do fluxo salivar e a infeção das amígdalas faríngeas. A nível extrabucal, as
causas mais frequentes incluem diversas malformações e patologias ao nível das
fossas nasais e seios perinasais, tubo digestivo, fígado, rins, condições do
foro sistémico/metabólico, entre outras.
4- Como
diagnosticar e tratar?
Tendo em conta que a maior parte das causas tem uma origem
oral, inicialmente deve procurar o seu médico-dentista com o propósito de ser
despistada qualquer patologia oral suscetível de desencadear halitose. Nos
casos em que o médico-dentista verifique a ausência de problemas orais (e de
sintomatologia oriunda de outras partes do organismo), o paciente deverá
procurar uma consulta especializada de halitose (para a análise do hálito e
posterior tratamento). Salienta-se que não existe um tratamento “padrão”: este
varia segundo a(s) causa(s) apurada(s). Todavia, a maioria dos casos é tratada
com medicamentos ou através da remoção de focos infeciosos (seja através de
antibióticos ou através de desbridamento/cirurgia). Numa consulta
especializada, a taxa de êxito do tratamento da halitose alcança os 96,6% dos
casos.
1. Uma higiene
oral completa inclui o uso regular de fio dentário e de um limpador de língua.
2. Esteja
atento ao que ingere (sobretudo alho, cebola, condimentos com odor intenso,
alimentos fritos e alguns lácteos).
3. Coma e beba
com regularidade (os períodos de jejum superiores a 4 horas e os estados de
desidratação favorecem o aparecimento de halitose).
4. Evite as
bebidas alcoólicas. O álcool pode gerar halitose a nível metabólico devido à
produção dos seus subprodutos voláteis e por ser um agente desidratante oral.
5. Evite fumar.
O tabagismo pode gerar a típica halitose do fumador (emanação de compostos
voláteis de mau odor), além de promover a desidratação da boca.
6. Evite
respirar pela boca. Pode induzir a manifestação de halitose devido a fenómenos
relacionados com a evaporação da saliva.
7. Tenha uma
atitude preventiva. Ex.: um professor que fale continuamente deve-se fazer
acompanhar de uma garrafa de água; no caso de um desportista: de um alimento
com hidratos de carbono (para evitar a halitose por hipoglicemia após o
exercício).
8. Esteja
atento à ocorrência de potenciais sinais indicadores de halitose (ex.:
sangramento gengival, língua saburrosa, boca seca, sabor desagradável,
fenómenos nasais obstrutivos, infeções amigdalinas, ardor gástrico e esofágico,
obstipação prolongada, etc.).
9. Peça a uma
pessoa da sua confiança para alertá-lo (pois é frequente que uma pessoa tenha
uma consciência equivocada do seu próprio hálito).
10. Consulte o
seu profissional de saúde se for o caso de padecer de halitose após o
cumprimento das regras supracitadas.
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